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Para que serve?
Altera o esqueleto facial, melhorando a oclusão (“encaixe dos dentes”), a posição relativa dos ossos da face – maxila (“maxilar superior”) e/ou mandíbula (“maxilar inferior”) - e a estética facial
O que é?
A cirurgia ortognática maxilar e/ou mandibular é o culminar de um processo de preparação ortodôntica que demora cerca de 9 a 18 meses, que é previamente realizado por um dentista. A posição dos dentes é corrigida de modo a que, no fim da cirurgia, a sua posição relativa e oclusão fique mais favorecida. Implica ainda um planeamento pré-cirúrgico tridimensional de modo a decidir os movimentos ósseos a realizar, e a criação de férulas (“goteiras”) intra-operatórias.
Os movimentos ósseos são obtidos através de fracturas controladas da maxila e/ou da mandíbula e sua fixação com placas e parafusos, permitindo corrigir alguns problemas tais como:
- Mordida cruzada – desalinhamento horizontal da mandíbula e maxila
- Hipoplasia maxilar (“retrusão maxilar”) - através do avanço e descida da maxila, aumentando a projecção da região óssea abaixo do nariz
- Face longa com exposição exagerada dos incisivos superiores e gengiva – através da redução da altura maxilar
- Retrognatismo ou micrognatismo mandibular (“mandíbula pequena ou com retrusão”) – através do alongamento das dimensões da mandíbula
- Prognatismo (“mandíbula proeminente”) – através de uma combinação entre compensação com avanço maxilar e recuo mandibular
- Mento (“queixo”) com projecção reduzida ou exagerada –alterando a posição e as dimensões do queixo
Tempo do procedimento
2h a 4h conforme se trate de cirurgia monomaxilar, bimaxilar com/sem mentoplastia
Outros procedimentos que se podem associar
Mentoplastia. A rinoplastia é um procedimento que se pode realizar após recuperação da cirurgia ortognática, devido ao facto desta última já alterar por si a forma e posição do nariz
Tipo de anestesia
Anestesia geral
Cicatriz
As cicatrizes ficam dentro da boca, imperceptíveis
Internamento
3 dias de internamento
Recuperação
A cirurgia ortognática é a que confere mudanças mais radicais da face, mas também a com tempo de recuperação mais prolongado. É de esperar que fique com um edema (“inchaço”) generalizado da face durante alguns dias, reduzindo gradualmente nas semanas seguintes. No pós-operatório mantém o aparelho dentário com elásticos para promover a oclusão dentária favorável durante algumas semanas
Riscos e problemas mais frequentes
Um dos riscos mais frequentes e significativo da cirurgia ortognática mandibular é a dormência do lábio inferior, geralmente temporária caso haja apenas um traumatismo, mas podendo ser definitiva ou de recuperação demorada caso haja secção dos nervos alveolar inferior ou mentoniano, que estão em relação directa com a mandíbula (situação relativamente rara). Outras complicações da cirurgia ortognática mandibular e/ou maxilar são a infecção, fractura ou exposição de placas ou parafusos (que podem ser retirados passado alguns meses caso necessário), lesão de raízes dentárias ou dentes, ligeiros desvios da oclusão dentária (principalmente devidas a insuficiências na preparação pré-operatória, e geralmente corrigíveis no pós-operatório). Nos procedimentos em que há recuo mandibular, é de esperar que se agrave ligeiramente a papada do pescoço e se possa agravar nalguns casos a dificuldade respiratória nocturna (síndrome da apneia do sono)
Longevidade do procedimento
O procedimento é definitivo, embora se admita a longo prazo pequenos desvios milimétricos na oclusão dentária nos casos mais complexos